Vítima diz que o investigado a afogou por diversas vezes e, ainda, jogou álcool em seu cabelo, ameaçando queimá-lo
A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de agredir, ameaçar e submeter uma mulher com quem se relacionava a métodos de tortura. A vítima diz que o investigado a afogou por diversas vezes e, ainda, jogou álcool em seu cabelo, ameaçando queimá-lo. O caso foi descoberto na cidade de São Luís de Montes Belos, no Oeste de Goiás, e, segundo a corporação, chocou os agentes civis que atuaram nele.
De acordo com a polícia, logo nas primeiras horas desta quarta-feira (9), as equipes receberam uma denúncia de que uma mulher havia sido submetida a tortura, bem como uma série de outros crimes insertos na Lei Maria da Penha. Ao averiguar a situação, os policiais encontraram a mulher em uma casa clamando por socorro. Segundo a equipe, a vítima estava tão ferida e frágil que não conseguia se sustentar em pé.
A mulher contou aos policiais que, durante a noite anterior, um homem com quem ela possuía um relacionamento amoroso a chamou para ir até a residência dele. Pouco depois que ela chegou ao local, o suspeito passou a agredi-la com murros, chutes e, até mesmo, a lâmina de uma faca. Segundo as investigações, as agressões lhe causaram vários hematomas, feridas e até lesões internas.
Mulher submetida a tortura
Além das agressões, a vítima revela que seu agressor também a ameaçava de morte a todo tempo. Em deteminado momento, ele molhou todo o cabelo da mulher com álcool e disse que colocaria fogo.
Não obstante, suspeito também submeteu a vítima a múltiplas sessões de tortura, como afogamentos e reanimações. Ele utilizava um recipiente com água, onde colocava e retirava a cabeça da mulher várias vezes seguidas. A polícia afirma que as lesões da mulher foram tão graves que, durante a confecção do relatório médico protocolar, houve a necessidade de que ela fosse internada.
Polícia detalhou também que, para que a vítima não conseguisse pedir por socorro, o homem quebrou o celular dela e também rasgou o pneus de seu carro.
Prisão
A mulher descreveu o homem e também passou à polícia todas as informações sobre ele. Ao checar no sistema, os agentes civis descobriram que o suspeito usava tornozeleira eletrônica. Com isso, os agentes civis conseguiram rapidamente localizar o homem
Foi dada voz de prisão em flagrante ao investigado, sendo confeccionados os procedimentos de praxe e o preso retornado ao Sistema Prisional. Ele foi colocado à disposição e custódia do Poder Judiciário.
É válido dizer que, no primeiro semestre de 2022, Goiás registrou o maior número de casos de feminicídio dos últimos quatro anos. Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO) revelam que durante todo o ano de 2018, 36 mulheres foram vítimas de feminicídio em Goiás. Neste ano, somentes em seis meses, esse número já é de 30 vítimas
Os casos de feminicídio não são os únicos em alta em Goiás, durante o primeiro semestre de 2022. Ocorrências que envolvem calúnia, difamação e injúria contra mulheres também foram recordes neste ano, com 5.346 casos.