O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversará por telefone nesta sexta-feira (18) com o presidente chinês, Xi Jinping, sobre a guerra na Ucrânia. Esta é a primeira vez em que um diálogo entre os dois para tratar da invasão russa é divulgado publicamente.
Ao anunciar a ligação, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que os EUA têm “alta preocupação” de que a China possa fornecer à Rússia equipamentos militares para ajudar na invasão da Ucrânia. O governo norte-americano ainda ressaltou que Biden será “franco e direto” em seu telefonema com Xi Jinping.
Autoridades dos EUA expressam grande preocupação diante da possibilidade de que a China forneça ajuda financeira e militar à Rússia em um gesto de apoio à invasão da Ucrânia. De acordo com relatórios de inteligência de Washington, os russos já pediram reforço aos chineses, que estariam considerando fornecer ajuda.
Conversa é para evitar “que o pior aconteça”
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17), o professor de Relações Internacionais da USP Felipe Loureiro considerou que a conversa entre os dois presidentes servirá para “evitar que o pior aconteça”.
O especialista explica que caso a China “embarque de maneira mais clara favoravelmente à Rússia no que se refere à ajuda militar”, isso configuraria o pior cenário possível. “Acho que a conversa é mais para conter danos efetivamente do que tentar almejar uma mudança de posição do Xi Jinping, da China ou de Pequim”, avaliou.
Loureiro considerou que, apesar de se colocar publicamente como neutra, a China, na prática, está realizando uma “neutralidade pró-Rússia”. “A China está ajudando a Rússia pelo fato de não se posicionar de maneira clara, contra a guerra e contra a invasão que a Rússia realiza contra a Ucrânia”, pontuou o professor.
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