Clientes foram ao local reclamar de mudança do nome, e até o presidente da Fundação Palmares criticou o episódio nas redes sociais
Quando Mauro Sérgio Proença, 56, mudou o nome do bolo “nega maluca” para “bolo afrodescendente” na sua padaria, ele não imaginava que a decisão resultaria em ameaças de um grupo de cerca de 12 clientes.
Sócio-proprietário da padaria Aveiro, na região sul de São Paulo, ele conta que a mudança ocorreu após receber um ofício do Sampapão (Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo).
A entidade recomendava ao comércio a alteração nos rótulos de doces como nega maluca, língua de sogra e maria mole. A justificativa é que esses nomes tradicionais já não são mais aceitos nos dias de hoje.
“Como exemplo marcante dessas mudanças de comportamento social, nomes tradicionais […] que são comercializados há muitos anos em nossas padarias, e que eram vistos até com simpatia, hoje não são mais aceitos e podem levar a constrangimentos e acusações de crime racial, machismo, preconceito”, diz o comunicado.
Proença achou que o novo nome, afrodescendente, remeteria à origem do bolo e, por isso, “não iria causar constrangimento”.
Na tarde de terça-feira (15), porém, clientes foram ao estabelecimento reclamar da mudança após a foto viralizar nas redes sociais. Eles queriam que o nome antigo fosse recuperado.
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