19 de Março de 2021, 11:15
  -  Pandemia - Goiás
Variante brasileira mais contagiosa é encontrada em 17 cidades goianas, diz governo

A Secretaria Estadual de Saúde informou, nesta quinta-feira (18), que encontrou em 17 cidades goianas a variante P1, linhagem brasileira mais contagiosa do coronavírus e que foi identificada inicialmente em Manaus (veja lista dos municípios abaixo). O anúncio foi feito um dia após a Prefeitura de Goiânia afirmar que essa cepa é predominante entre os casos positivos da capital.

 

 

O sequenciamento genômico por amostragem feito no estado detectou a P1 em 57 amostras avaliadas pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela PUC-GO, em fevereiro. O estudo das instituições também identificou a linhagem B.1.1.7, do Reino Unido, em três cidades: Anápolis, Goiânia e Luziânia.

 

 

Goiás atingiu a marca de 10 mil mortos pela Covid-19 nesta quinta-feira. A superintendente de Vigilância Sanitária do Estado, Flúvia Amorim, explica que a linhagem P1 é responsável pelo aumento exponencial de internações, casos graves e mortes. Segundo a especialista, essa variante está em estágio de transmissão comunitária no estado.

 

 

"Chamo a atenção de todos porque essa variante é mais transmissível e, assim como Goiânia identificou em várias amostras, o estado está informando que em várias outras regiões foi também identificada essa cepa", alertou Amorim.

 

 

 

Em Goiânia, a P1 foi encontrada em 28 de 30 amostras analisadas. Essa linhagem também foi encontrada em pacientes de Anápolis, Catalão e Águas Lindas de Goiás, onde uma idosa de 60 anos morreu com a doença.

 

Com a intenção de conter o coronavírus no estado, o governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou, na terça-feira (16), a volta de revezamento das atividades econômicas no estado para evitar o avanço da Covid-19. Segundo o governo, o novo decreto retoma o modelo “14 por 14”: duas semanas de suspensão das atividades econômicas seguidos por outras duas de funcionamento. Porém, muitas cidades não acataram as regras.

 

Veja a lista das cidades com a P1:

 

 

  • Abadia de Goiás
  • Anápolis
  • Águas Lindas
  • Araguapaz
  • Bom Jardim de Goiás
  • Catalão
  • Damolândia
  • Davinópolis
  • Faina
  • Goiânia
  • Jussara
  • Monte Alegre de Goiás
  • Montes Claros de Goiás
  • Mundo Novo
  • Santa Fé de Goiás
  • São Luís de Montes Belos
  • Turvânia

 

 

P1 em Goiânia

 

Segundo o secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, a P1 tem maior poder de contágio e provoca a internação de pessoas mais jovens, diferentemente do que se observava na onda anterior, no ano passado, quando pessoas mais idosas e com comorbidades eram as que mais precisavam ser hospitalizadas.

 

 

"Hoje, o cenário mostra pessoas mais jovens em estado grave, isso é o reflexo dessa cepa mais agressiva. As pessoas devem se preocupar em saber que a gravidade da doença que castigou Manaus, hoje, encontra-se em Goiânia", alertou o secretário.

 

De acordo com informações de investigação dos primeiros casos, os principais sintomas apresentados foram: cefaleia, perda do olfato, perda do paladar e tosse. Além destes, dois casos de residentes em Goiânia apresentaram sintomas como febre, prostração e cansaço.

 

 

Não foram relatados históricos de viagens ou contato com pessoas que tenham viajado para localidades específicas em que há circulação de novas variantes, segundo o governo.

 

Hospitais privados sem UTIs

 

A rede particular de hospitais de alta complexidade de Goiás está pedindo leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública para enviar os pacientes em estado grave de Covid-19, após atingir a capacidade máxima de atendimento nos últimos dias, segundo informou o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado (Ahpaceg), o médico Haikal Helou, nesta quinta-feira (18).

 

 

O avanço da doença entre a população colocou essa rede de hospitais "transitando entre o colapso e o caos", conforme explicou Helou.

 

 

"Neste momento, faltam medicamentos, médicos, leitos, oxigênio e colocamos dentro do nosso arsenal como última opção pedir para que o estado o estado regule os pacientes para algum hospital público", disse o médico.

 

A situação das unidades de saúde particulares é semelhante à da rede pública, que está com a rede estadual 97% ocupada e com 22 hospitais completamente lotados.

 

 

A SES informou, em nota, que os estoques de insumos e medicamentos usados na entubação de pacientes estão regulares em unidades hospitalares estaduais. No entanto, o risco de desabastecimento depende da possibilidade de aumento exponencial da demanda desses insumos e medicamentos nessas unidades, causada pelo aumento de casos que necessitem de internação.

 

A nota diz ainda que a pasta monitora de forma contínua a quantidade de oxigênio e que, até este momento, não há indicativo de falta do insumo na rede estadual goiana.

 

Covid-19 em Goiás

 

O estado registrou 135 mortes e 3.238 casos positivos de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo balanço do governo. Ao todo, o estado contabilizou 447.747 pessoas contaminadas e 10.045 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia.

 

 

Os dados do consórcio de imprensa que analisa a média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil, do qual o G1 faz parte, mostraram que Goiás registrou a maior média do país nestes últimos quatro dias, ou seja, teve mais mortes do que o restante das unidades da federação. Nesta quarta-feira (17), a média goiana era de alta de 210%, enquanto Sergipe, que ocupa a segunda posição, estava com 122%.

*Com informações G1-GO

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