O governo de São Paulo confirmou as suspeitas de que dois brasileiros já contraíram a variante do coronavírus detectada primeiro no Reino Unido. É uma linhagem mais contagiosa.
Foram dois dias de trabalho com cientistas do Instituto Adolfo Lutz se revezando quase 24 horas por dia. Os pesquisadores concluíram que a variante do coronavírus é da mesma família genética da que circula, desde setembro, no Reino Unido. As amostras foram colhidas em São Paulo pelo laboratório Dasa, nos dias 21 e 22 de dezembro.
As duas pessoas infectadas são um homem de 34 anos e uma mulher, de 25. A Vigilância Epidemiológica não tem muitas informações sobre o homem. Sobre a mulher, sabe que ela vive em São Paulo e teve contato com pessoas que passaram pelo Reino Unido.
“Os casos que foram confirmados: são só dois casos e, na verdade, são casos leves, são casos de síndrome gripal. Nós não tivemos casos, aqui no Brasil, de síndrome respiratória aguda grave relacionado, nesse momento, a essa variante que foi encontrada no Reino Unido”, afirma Regiane de Paula, coordenadora estadual de Controle de Doenças de São Paulo.
Em novembro de 2020, essa nova variante era encontrada em 20% dos novos casos no Reino Unido. Agora, já é responsável por 60% das infecções. Nada indica que a variante provoque casos mais graves ou que seja necessário desenvolver novas vacinas. O preocupante é que ela é mais contagiosa. Por isso, todo mundo vai ter que redobrar os cuidados.
“As vias de transmissão continuam as mesmas. Por superfícies e, principalmente, de pessoa para pessoa. Então, os cuidados que nós já preconizamos - do distanciamento, do uso de máscara - são fundamentais tanto para as variantes antigas como para essa nova variante. Agora, é claro que, aumentando o número de casos, a repercussão sobre a doença, sobre a incidência, o número de casos pode aumentar. Não porque ele é mais grave, mas porque ele é mais transmissível”, explica Renato Kfouri, infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações.