O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera um crescimento mais lento em cerca de 90% do mundo em 2019. "A economia mundial está agora em uma sincronizada desaceleração", disse nesta terça-feira (8) a nova diretora-gerente da instituição, Kristalina Georgieva, em discurso prévio ao encontro anual do fundo com o Banco Mundial na próxima semana, em Washington.
Essa é a primeira vez que Georgieva discursa como chefe do FMI. Ela assumiu o cargo no último dia 1º, para um mandato de cinco anos. A economista búlgara era executiva-chefe do Banco Mundial e é a primeira mulher de país ermegente a liderar o fundo.
Segundo Georgieva, o próximo relatório 'World Economic Outlook' (Panorama Econômico Mundial), que será divulgado na abertura do encontro da próxima semana, trará revisões para baixo para este e também para o próximo ano.
"O crescimento este ano cairá para a menor taxa desde o começo da década", afirmou.
A economista creditou a desaceleração global a uma série de rupturas, entre elas as disputas comerciais que levaram o comércio mundial a quase paralisar e as incertezas ampliadas pelo Brexit e por tensões geopolíticas.
"Ainda que o crescimento acelere em 2020, as lacunas atuais podem levar a mudanças que duram uma geração – cadeias de suprimento quebradas, setores comerciais isolados, um 'Muro de Berlim digital' que força países a escolherem entre sistemas de tecnologia", afirmou.
Nos cálculos do fundo, em efeitos cumulativos, os conflitos comerciais podem gerar perda de aproximadamente US$ 700 bilhões para a economia global até 2020, ou 0,8% do PIB. É o equivalente a toda a economia da Suíça.
Para Georgieva, é necessário "consertar as rupturas" na economia mundial, começando por liberar o comércio global. Para isso, segundo ela, os países terão de trabalhar em conjunto por uma solução duradoura para os conflitos sobre tarifas. "Isso significa lidar com subsídios, e também com direitos de propriedade intelectual e transferência de tecnologia", afirmou.
Outra estratégia, segundo ela, é usar a política monetária "sabiamente" para aumentar a sustentabilidade financeira.
A economista afirmou que os bancos centrais devem cortar juros "especialmente quando a inflação está moderada em muitos países e o crescimento mundial está desacelerando", mas lembrou que muitos países já estão com taxas muito baixas e até negativas e que, no longo prazo, isso pode trazer consequências ruins. Entre essas consequências, ela citou investimentos arriscados em busca de altos retornos e o endividamento de empresas para financiar aquisições em vez de investir.
"Nossas novas análises mostram que, se ocorrer uma grande desaceleração, a dívida corporativa em risco de inadimplência pode subir para US$ 19 trilhões, ou quase 40% da dívida total em oito grandes economias. Isso está acima dos níveis observados durante a crise financeira", alertou.
A diretora do FMI destacou também a necessidade de políticas fiscais e de reformas. "Em qualquer país, reduzir a dívida e o déficit deve ser sempre feito como uma forma de proteger a educação, saúde e empregos", afirmou.
Georgieva finalizou o discurso ressaltando a importância de uma cooperação internacional, sobretudo para lidar com as mudanças climáticas. "É uma crise da qual ninguém está imune e em que todo mundo tem uma responsabilidade de agir."
A economista creditou a desaceleração global a uma série de rupturas, entre elas as disputas comerciais que levaram o comércio mundial a quase paralisar e as incertezas ampliadas pelo Brexit e por tensões geopolíticas.
"Ainda que o crescimento acelere em 2020, as lacunas atuais podem levar a mudanças que duram uma geração – cadeias de suprimento quebradas, setores comerciais isolados, um 'Muro de Berlim digital' que força países a escolherem entre sistemas de tecnologia", afirmou
Fonte: G1.com